segunda-feira, 9 de junho de 2014

Malévola, muito mais do que a história da loira que deita e dorme

        Quando eu era criança, A Bela Adormecida era meu desenho da Disney favorito. Não sei se era porque ela era loira (e eu com 7 anos e no auge da minha loirice muito me identificava com aquele cabelo), ou se era porque ela caía num sono profundo e lá ficava (e eu sempre achei isso muito romântico... ela evitava a fadiga e dormia, enquanto o príncipe Phillipe literalmente cortava cercas de espinhos e matava dragões pra acordar ela COM UM BEIJO). 



          Por isso acho que adorei ir ver Malévola. Porque já gostava da história de antes. Mas quem assiste sabe que o filme com a Angelina Jolie mostra um lado BEM mais legal e interessante, que nunca tinha sido cogitado antes (pelo menos não por mim). O filme explica por que, afinal, Malévola acts like a bitch. Afinal, ninguém é mau e vingativo do nada (basta assistir minha série favorita, Revenge, para constatar isso =D) 
        Malévola era uma fada, e não uma bruxa, e tudo ia bem no reino dela até que ela comete o pequeno descuido de se apaixonar (!), por um humano (!!). Tsc Tsc. O tal do Stefan queria tanto ser rei que acaba, bom, traindo ela. E trai ela de uma forma horrível, cortando as asas que ela tinha (sim, o sentido mais literal de cortar as asas que possa existir). E a Malévola fica puta da vida, porque... óbvio né. Ela não só perde o Stefan (que depois vai ser o pai da Aurora, a.k.a. Bela Adormecida), como também perde a habilidade de voar. Não se preocupem, não estou contando a história toda, isso é só o começo. 
          Li um texto do Huffington Post que dizia que essa cena, em que ela perde as asas, pode ser comparada a um estupro. Porque ela fica devastada. Mas ela sobrevive a isso. E se recupera, física e psicologicamente. Não sem antes cometer várias maldadezinhas, inclusive amaldiçoando o bebê do Stefan. 
          E isso é o legal do filme. Segundo a minha amiga Natália, a ideia é mostrar que todo mundo tem um lado bom e um lado ruim, ninguém é só bom e ninguém é só mau. E são os vários acontecimentos da vida que vão fazer que tu desperte mais um lado do que o outro (ou os dois). No caso da Melévola, foi esse. 
          O mais interessante de tudo, que também era mencionado nesse texto do Huffington Post, é justamente esse fato de ela se recuperar. E que o filme é uma história que mostra uma mulher com poder, que toma as próprias decisões e que lida com seus próprios problemas. Sim, ok, talvez ela não tenha encontrada a forma mais pacífica possível de lidar com a raiva que estava sentindo do ex, mas enfim... (we've all been there, Malévola..)
          Malévola é muito mais profundo e interessante do que a história original de A Bela Adormecida. A personagem da Angelina Jolie, pra mim, é retratada como uma protagonista de verdade - e não só como a loira que deita e dorme, e espera tudo acontecer.