sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sobrevivendo a comilança do Thanksgiving e ao Black Friday

Bem vindo a Afton, Oklahoma. Uma cidade muito agradavel com pouco mais de mil habitantes. Sim, mil, voce talvez tenha lido rapido e nao tenha percebido.

Passei o feriado de Acao de Gracas na casa da Jakey, minha Pitt Pal e uma das minhas melhores amigas, e os pais dela moram aqui em Afton. A casa da Jakey eh um amor, nao sei se ja escrevi isso aqui, quando passei a Pascoa com eles. Eh uma casinha de madeira, cheia de quadros de fotos por todos os lados, ateh nas paredes do banheiro. Tem mil coisas espalhadas por todos os lados, o que me faz rir e pensar que se minha mae estivesse aqui ela nao aguentaria meia hora sem comecar a organizar tudo. Alem das coisas, tem uns cinco gatos, e eu e eles mantivemos uma relacao de amor e odio durante todo o feriado. Obrigada a Deus por um remedio antialergico que a mae da Jakey me deu, senao eu nao estaria respirando nesse momento.

Com a Jakey
Tirando os gatos o feriado foi maravilhoso. Dias tipicos de americano, que eu adoro. Comer no sofa e ver TV. Eu saia la fora soh quando minha latinha de coca acabava, pra pegar mais, porque o cooler tava la na varanda. Soh escrevo isso sem pudor nenhum de admitir, porque quando nao eh feriado eu passo a semana fazendo temas, escrevendo materias e tentando organizar a publicacao de um jornal onde os reporteres decidem desaparecer com suas respectivas materias poucas horas antes do fechamento. Ser editora eh estressante, gente, agora eu entendo porque a maioria eh tao mala (sem ofensas, tive editores muito bons nos meus ultimos meses em Caxias.) Na ultima semana eu tava explodindo quase com os reporteres. Nao to nem pedindo que sejam bons, soh que tenham responsabilidade. Eh demais? Bem que o meu pai dizia que ele tinha saudades do tempo que ele era empregado e nao chefe..

Bom, voltando ao que interessa: eu precisava de um tempo. Um tempo pra ficar de calca de abrigo, moletom da universidade e oculos, sentada no sofa sem se preocupar com nada. Soh faltou arrotar, que nem os americanos fazem, mas isso eu nao aprendi a fazer, juro.

Sempre disseram que o Dia de Acao de Gracas eh um dia para (alem de agradecer) para comer ateh passar mal. E assim fizemos. Os americanos cozinham peru, alem de pure de batatas, stuffing (que eh tipo, o recheio do peru, que eles comem separado), green beans casserole, tortas de abobora, de batata doce, sobremesas de cranberry.. alem de muitos e muitos molhos, que eles te fazem colocar por cima de tudo.

De manha assistimos a parade, um desfile de acao de gracas, que eh organziado pela Macy's, com uns baloes gigantes, nas ruas de NY. E depois de comer assistimos um jogo de futebol americano. O engracado eh que a janta foi as 3 da tarde. Pouco estranho isso? 3 da tarde.. Ateh pros meus parametros (eu janto as 5h30) foi cedo.

Eu gosto dessa vida de comer cedo. Pensem se nao faz sentido.. Pra que morrer de fome e esperar uma janta ficar pronta as 9, 10 da noite? O negocio eh comer as 3, galera.

Depois de comer, a Jakey conheceu minha mae no Skype, e eu fiz traducoes simultaneas. Foi bem engracado. Ela aprendeu a dizer Feliz Acao de Gracas. E ja sabia dizer Oi, tudo bem haha

No resto daquele dia eu achei que nao seria mais capaz de comer nada na vida, de tanto que tinha comido. Mas eh que a mae da Jakey cozinha bem, o que eu posso fazer? Bom, estava enganada. A uma da manha eu estava com fome de novo e assaltei a geladeira. (No dia seguinte, eu comi xis bacon e fritas.. sim, I know.. o mais estranho eh que eu estou tao magra quanto estava quando saih do Brasil. Alguem deveria me entrevistar!)





Pigs in a blanket, ou enroladinhos de salsicha, como queiram :)

Depois do Acao de Gracas, vem o que os americanos amam muito tambem, o Black Friday. Eu me recusei a sair de casa de noite, pra ficar na fila do frio, esperando as lojas abrirem pra ter que lidar com uma multidao consumista. Em vez disso, fiquei em casa e decidi comecar a assistir Walking Dead, ja que gritam tanto por esse seriado, eu queria ver qualeh neh. Assisti por mais de cinco horas.


Foto que o meu amigo Rodrigo tirou, de uma loja de eletronicos, as 7h30 da noite, sendo que o lugar soh ia abrir as 12h

Minha amiga trabalha na Macy's do shopping de Joplin e teve que ir trabalhar as 4 da manha, pobrezinha. Fomos buscar ela de tarde, e passear pelas lojas. Acabei a black friday gastando soh 10 dolares (alguem deveria me entrevistar2)

No dia seguinte a mae da Jakey foi ver as noticias, pra ver se alguem tinha levado tiro. Porque aqui em Oklahoma eh ainda pior que o Kansas, e tem uma lei que qualquer um pode carregar uma arma assim anywhere laalalala, entao nao seria surpreendente se os caras tivessem se atirado na disputa pelas promocoes. Dizem que sempre sai noticia tambem de gente que se machuca quando as portas abrem. Eh tao ridiculo que seja a ser engracado neh? Tipo, vao viver a vida minha gente.

Bom.. Black Friday experience nao me fez falta. Foram otimos dias aqui. O triste eh que acho que foi minha ultima vez na casa da Jakey. Daqui a um mes vou embora jah :(

Alem de mim, quem veio comer aqui tambem foram os nossos amigos arabes. Foi a primeira vez que eles comeram peru! Foi super divertido. Pra voces verem como a familia da Jakey eh legal, quantos americanos sera que abririam a casa num dia tao tradicional como esse pra uma brasileira e seis arabes?


Com a minha familia americana preferida, os Dobbs :)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

John Brown - off the field








John Brown - off the field


Val Vita


In the night when John Brown’s older brother, James, was shot three times outside a Miami nightclub, in July 2010, Brown’s cellphone was dead.

“And I let it dead,” said Brown, today, a wide receiver playing for the Gorillas. “When I turned it on there were a lot of voice mails and text messages. I called my mom and cried, but I didn’t believe. I just believed when I saw him.”

Brown, at the time, was playing in Coffeville, Ks., and went back home, in Homestead, Fla., right after he got the bad news. James ended up dying, and the loss of a real close brother wasn’t something easy to handle for Brown.

“Since he was gone I thought about giving up on school, on life,” Brown said. “It was the end of semester and I didn’t want to come back. But then I remembered what he always told me: ‘If I don’t make it my little brother will’. So I decided to take it as a good thing, not as a bad one.”

That’s only one of the happenings on Brown’s life that makes you think that his real story is not in the football field. If someone wants to understand who Brown really is, is important to understand everything he went through, and the way he handled where he came from.
Born in April 3 of 1990, in a suburb of Miami in extreme southern Florida, Brown started playing football when he was 5 years old.

“My childhood was rough,” Brown said. “Growing up where there is a lot of gangs and violence, the only way to make it was playing sports.”

It was with his brother, James, that he learned how to play football.

“In my neighborhood, football was the only sport we knew and care about,” he said.

Until today, Brown’s family lives in Florida, and he goes visit them during some school breaks, not always, according to him, because the flight tickets to Florida are expensive.

Brown has been living in the Midwest since 2010, when he went to study and play at Coffeyville Community College. It was there where the Pittsburg State football coach, Tim Beck, saw him practicing and offered him a scholarship.

“And it was the best decision I’ve ever made,” Brown said.

Today, Brown is one of the premiere players in NCAA Division II, and hard work is part of his life philosophies.

“I practice every day, even on breaks like Christmas and New Year’s, and even when I go home,” he said.

He says he loves the feeling of being in the field. If some players prefer the kickoff, he says his favorite part of the game is when there are only 30 seconds left.

“Who’s going to be the bigger player? Are you going to fall or are you going to score? I am a person who loves pressure.”

Majoring in social work, Brown is planning on graduating at the end of December 2013. After that, he says he want to continue playing football in the next level.

“And I want to be able to help kids back home that I know are going through the same I did. I want to change that.”

Besides these kids, Brown’s attention goes to a very special one: his daughter, Caia, born in April 2012. Caia lives with her mom in Miami, and he can see her every time he goes back home. Brown’s Facebook picture is a picture of Caia, wearing Pitt State clothes, where you can see number 5 and the word “daddy.”

sábado, 17 de novembro de 2012

Conversando com as mulheres da Arábia Saudita

Desde janeiro quando cheguei me impressionei ao ver mulheres da Arabia Saudita pelo campus, vestidas com aquelas roupas cobrindo o corpo e o rosto todo. Passei meses observando essas gurias, sem nunca ter ouvido a voz de nenhuma delas, ateh que essa sexta a noite um dos meus sonhos de reporter se realizou: pude entrevistar varias delas :)

Foi um evento chamado Saudi Ladies Night, onde soh podia entrar mulher. E foi demais. Imagina o choque em ver as mulheres que eu estava acostumada a ver todas cobertas de preto da cabeca aos pes, vestidas como mulheres normais, com vestido curto, salto, decote, maquiagem, salto alto. Dancando, muito. Dancando ateh em cima das mesas. Ate hoje nao acredito acho.. que conversei com todas elas e que pude perguntar tuudo que eu sempre quis saber.

Homens eram proibidos no evento, alem de cameras fotograficas, porque elas estavam sem veu nenhum. Soh pudemos fotografar no final, quando todas elas puxaram as roupas e os veus pretos das bolsas. Dai a gente pode tirar fotos com umas roupas arabes e com as gurias (coloquei umas fotos ali embaixo, creditos, minha roommate querida, Anne Sophie :)

Primeiro elas explicaram um monte de coisas sobre a cultura delas.. depois teve uma janta muito deliciosa com comidas arabes (umas coisas muito boas, outras com um tempero muito estranho).
Daih eu pude entrevistar.. O bom de ser reporter eh que dah pra fazer qualquer pergunta que tu tenha vontade, porque vai usar pra materia ne. Dai descobri muitas coisas sobre elas. Uma delas eh que elas nao podem dirigir na Arabia. Eh uma coisa soh de homem isso la. O engracado eh que em Pittsburg todas elas dirigem e tem carro. Soh que quando elas voltam pra casa elas nao podem dirigir. Dai perguntei pra uma delas se isso nao incomodava ela, e ela disse que nao, que la todo mundo tem motorista particular (tipo Brasil neh)

Isso leva a segunda coisa que descobri: elas sao de um povo que tem muito dinheiro, tipo muito mesmo. Eu ja sabia isso pelos amigos guris arabes que eu tenho.. mas sei la, elas nos explicaram umas coisas, do tipo que gastam muito dinheiro fazendo compras, gastam facil mil dolares num vestido, e quando uma delas tem um bebe, essa mina passa 40 dias na casa da mae, sem fazer nada, soh ganhando ouro, OURO (tipo Brasil). Eh muito dinheiro, gente. O governo paga pra eles virem estudar aqui. Alem de pagar a universidade dao um puta salario pra eles ficarem aqui (tipo Brasil. tah parei, parei)

Uma delas me explicou que elas nao podem ter namorados. Quando o cara pede a mao delas em casamento pra familia, elas podem aceitar ou nao, pelo menos. Daih perguntei se tinha que casar virgem (reporter eh foda neh), e ela disse looooooogico, que o PIOR PECADO eh transar com o cara se ele nao eh teu marido. Eu percebi que elas casam jovens, la pelos 20, 21, porque varias das que estavam lah jah sao casadas e tem filhos. A familia mora toda aqui.

Uma outra menina explicou que elas soh podem tirar o veu quando estao com homens da familia. Tipo marido, pai, irmao, filhos. Se elas vao ver qualquer outro homem tem que se cobrir. Segundo essa menina, isso vai evitar que os homens traiam. Porque o teu marido nao vai se sentir atraido por outra mulher e ela esta toda coberta neh. Alem disso, ela disse, quando elas estao toda de veu, elas sao todas iguais. Entao ninguem vai se achar no direito de tratar bem uma mulher bonita ou tratar mal uma mulher feia. Quando ela falou isso, de alguma maneira muito estranha, achei que ateh fazia um certo sentido. Mas mesmo assim, nao sei como elas nao se incomodam pelo fato de usar aquilo quase todo o tempo. Porque muitas gurias que a gente viu la eram super bonitas, bonitas mesmo.. E elas tem que comecar a usar esse veu desde o dia em que ficam menstruadas pela primeira vez.


Perguntei pra essa mesma menina se elas iam em bares e boates e ela disse que nao. Porque os arabes nao podem beber. Mas existem lugares pra ir dancar, ela disse. Soh pra mulheres logico. "A gente faz TUDO SEPARADO".


Foi interessante porque ao mesmo tempo que elas explicaram as diferencas entre elas e nos, elas mostraram que tem semelhancas tambem. Tipo teve um desfile, que mostraram o que usam em casamentos, etc, e depois pergntaram, o que voces acham que a mulher arabe usa quando esta em casa? daih sai uma delas vestindo um pijaminha do Angry Birds.

O evento valeu a pena, e as entrevistas foram otimas. Acho que a materia vai ficar bem legal. Depois posto aqui.

Aqui vao duas das fotos que a gente tirou.


Anne-Sophie (servindo cha para o nada), eu e Helena com as roupas que a gente podia escolher la


As arabes e as americanas que estavam no evento. Adoro essa foto.



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Pittsburg, uma cidade de gente muito peculiar




    Para voces terem uma ideia do tamanho dessa cidade aqui vai um exemplo: as pessoas aqui    conhecem os bombeiros pelo nome. Tpo, ‘la vem o bombeiro Bob!’

Dito isso voces conseguem entender porque Pittsburg jah eh diferente de qualquer oura cidade que podemos ter conhecido.

Costumo conseguir otimos perfis aqui pro jornal, porque as pessoas sao, sem fazer esforco nenhum, exóticas.

Ha um tempo eu escrevi aqui sobre uma cabra chamada Emma. Tinha entrevistado o dono dela, Joe, para uma materia. O Joe, um cara super magrinho, com cara de desenho animado, veio pros Estados Unidos de um campo de refugiados da Austria quando era crianca. Aqui ele fez milhoes de coisas, entre elas, criar uma cabra. Por isso que eu acabei na casa dele ha uns meses atras. E daih que uma vizinha me disse que ele passava o dia em cassinos. Mas eu nao dei muita bola, e ele nao mencionou isso na entrevista, lógico.

Ha um mes o Joe apareceu na redacao pedindo por mim. Gelei, porque, juro, quando uma fonte me procura eh para me cagar por eu ter feito algo errado ou ter deixado alguem muito puto. Dai que me surpreendo quando o Joe me da um super abraco (totalmente estranho para mim ganhar abracos, porque americanos nao abracam nunca jamais) e diz que a Emma ta gravida. E que os bebes cabra vao nascer em janeiro.

Pouco incrivel essa historia?

Dai semana passada, estava num bar com uns amigos. Do nada chega uma velhinha, que nem andar nao andava mais. Estava naqueles carrinhos que eles usam aqui, uns carrinhos bizarros que fazem um baita barulho quando eles dao reh. Tipo uma cadeira de rodas, soh que com motor, sei la. Entao essa velhinha chega, vai ateh o bar e pede uma bebida. Como se nao bastasse acende um cigarro (juro que isso eh verdade).

Um pouco depois chega o Joe, que, claro, eh amigo dessa velhinha. Eu fui falar com ele e ele se lembrava ainda do meu nome, nao sei como. Ele me deu outro abraco (ainda nao estava preparada para isso). Junto com ele tinha chegado uma oura velhinha, de cabelo laranja, como oculos de cordinha e com um dente a menos, mas muito simpática.

Converso um minuto com o Joe e ele tira de dentro da camisa (juro) uma foto super grande e me mostra. Voces acham que eh a cabra neh? Nao. Eh uma foto dele, extremamente sorridente, com um cheque gigante escrito $ 8 mil dólares.

_ Joe, tu ganhou 8 mil dólares no cassino?
    Sim!!!

E nisso, a velhinha de cabelo laranja me estende a mao e me mostra o anel de noivado que o Joe comprou para ela com parte do dinheiro.


Joe, voces ficaram noivos?!
Sim, e a gente vai ir para Vegas!


Eu nao sei se ri mais da noiva dele, da foto do cheque que ele carrega dentro da camiseta ou da outra velhinha de 90 anos do lado deles celebrando o noivado dos amigos bebendo e fumando. Soh acontece em Pittsburg isso, gente.


Sei que do nada ele abre a carteira (cheia de grana) e me da 20 dolares. Eu devolvi e disse que nao precisava, lógico, que era para ele ficar com o diheiro, e ele ‘naaaaaaaaaaaaaaaoooo, compra bebidas para todos os teus amigos hoje, eu tenho muito mais’

Fim da historia que comprei umas 10 bebidas (porque era uma noite que se bebe a $1 aquí) e com o resto ainda comprei Subway para mim e para mina roommate jantarmos. 

E o Joe saiu do bar de mao dadas com a noiva, nao sem antes me dar um outro abraco.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

42 tecnicas de entrevista que todo reporter deveria saber (aprendidas em Chicago :)


Semana passada passei cinco dias em Chicago, com a equipe do jornal que eu trabalho aqui. Era uma convencao de jornais de universidade de todo os Estados Unidos, entao a gente passou os dias em workshops de jornalismo com os melhores profissionais de jornal do pais palestrando. Foi um sonho de qualquer reporter. Faziamos isso durante as manhas, de tarde podiamos passear por Chicago (que eh lindo!) e de noite tinhamos criticas com especialistas. Eles analisavam e rabiscavam nosso jornal sem do nem piedade. Foi privacao de sono, mas valeu a pena. Fui em muitos workshops, mas as melhores coisas que aprendi, principalmente sobre entrevistas, escrevi aqui, porque acho que sao dicas muito uteis (e vieram de caras do NYT, Chicago Tribune e etc) :)



Conte a historia que precisa ser contada -  ese eh seu papel, se voce nao fizer, ninguem mais vai fazer

Veja o que precisa ser feito e faça (disseram que eh assim que se passa de reporter a editor)

Pergunte para a fonte: “você viu isso ou alguém te contou?” “Isso eh um fato ou eh uma opinião sua?”

“Apenas me conte o que aconteceu” e tenha paciência de um policial pra escutar toda a historia que a pessoa vai te contar

Em entrevistas com parentes de pessoas que morreram, sempre comece com um “sinto muito pela sua perda”. Nao exija uma entrevista. E explique que quer falar sobre a vida da pessoa, e nao sobre a morte (porque todo mundo sabe que a pessoa morreu). Se conseguir essa entrevista, voce tem que escutar. Se a fonte disser que eh para voce ir na casa, voce vai na casa, e nao vai insistir para fazer por telefone

Nao chore em entrevista

Repita antes de uma entrevista difícil: eu sou bom o suficiente, as pessoas gostam de mim 

Nao finja que entende se voce nao entende (“voce eh tao estúpido quanto o seu publico”, entao nao finja saber tal assunto se voce nao sabe)

No final da entrevista pegue o numero de telefone do entrevistado

Perguntas dificeis: jogue logo no comeco da entrevista. Se deixar pro final, da a chance de o entrevistado dizer “bom, jah estamos conversando ha muito tempo, eu tenho que ir”

Nao tenha pena de políticos nem de advogados

Escute. Nao esteja ocupado pensando na próxima pergunta

Quando a fonte disser “escreve isso”, voce diz “ok, eu escrevi isso, agora voce pode, por favor, me responder a pergunta?”

Nao se trata de conseguir aquela frase, mas sim de conseguir a historia toda

Saiba fotografar e fazer video, alem de escrever

Aprenda como economía afeta o mundo

Se voce quer um emprego, chegue na entrevista com uma lista de dez ideias de historias que voce gostaria de fazer naquele jornal

Seja confiante para ser tratado com respeito

Avise a pessoa quanto tempo a entrevista vai durar

“Voce pega mais moscas com mel do que com vinagre” Entao seja educado (com assessores de imprensa e outras fontes, em vez de ser um cavalo)

Se a pessoa disser “eu ja tive mas experiencias com reporteres” use a técnica do espelho. Ou seja, quando ele te falar algo durante a entrevista, repita em voz alta para ele, para ter certeza que foi assim que ele disse a frase

Agora, se ele mudar de ideia nessa hora, e quiser retirar o que disse, esquece. Tudo o que eh dito numa entrevista eh on the record e o reporter vai usar. Soh e somente nao se usa aquilo que a pessoa falou OFF THE RECORD, ou “aquí entre nos, nao escreve isso”. Se a fonte ligar no dia seguinte retirando algo que falou, o reporter tambem nao vai ceder. Esta dito esta dito

Esteja no controle durante uma entrevista

Quando sair da entrevista nao saia correndo checando suas mensagens. Isso nao eh profissional. 

Tambem nao va no banheiro próximo, porque nao ha nada mais constrangedor do que ter uma entrevista difícil e depois encontrar a fonte no mesmo banheiro (nunca mais vou esquecer isso)

Seja cetico quanto a tudo

Cuidado. Tente entender porque certa fonte quer te dar tal informacao, e pense o que esta por tras disso

Verifique todas as informacoes ( a nao ser que voce viu com seus proprios olhos, tipo ‘o ceu eh azul’)

Nao suponha coisas

Na cena de um crime, use todos os sentidos e va alem, bata em portas, fale com vizinhos. “A policía mente”. Se a policía te deu uma versao e as suas outras fontes te deram outra, escreva as duas versoes na historia, explicando quem disse o que

Quando a historia esta escrita, pergunte-se “onde eu posso estar errado?” para evitar surpresas

Nao se aproxime de uma fonte com um bloco. Primeiro de uma conversadinha, e depois explique que esta fazendo uma reportagem sobre tal coisa, daih sim saca o bloco do bolso

Se essa fonte disser “eu nao quero dar entrevista”, tente um papo de “nao, vem ca, vamos conversar”

Nao mande a materia para fonte ler antes de publicar, isso eh censura

Sempre entreviste pensando na materia de capa

Pergunte “por que voce esta me escondendo essa informacao”

Pergunte “por que voce esta mentindo para mim?”

“Nao ha nada errado em ser um reporter causador de problemas” (obrigada)

Nao peca permissao para perguntar algo

Se tem uma pregunta cabeluda.. pergunte. E pense, “qual o pior que pode acontecer?”

Em materia com números explique pro leitor por que ele deve se importar com esses números e como eles influenciam na vida deles

Numeros importam, mas contatos importam muito mais. Em materias de economía nao se trata de saber calcular, mas sim de conhecer quem vai te explicar aquilo de uma forma que o leitor (e voce) vai entender