quinta-feira, 12 de abril de 2012

Uma semana na California

Nao consegui escrever sobre isso antes porque desde que a gente voltou do Spring Break tem sido uma loucura de provas e trabalho (e festas). Mas não podia deixar de registrar uma das semanas MAIS legais que já tive. E se alguém esta pensando em fazer uma viagem semelhante a essa, aqui vao umas modestas dicas.

Na metade de marco, tivemos uma semana de folga das aulas, e voamos ateh a ensolarada California, que era meu sonho. Fui com mais quatro brasileiros, Bruna, Jorge, Claudia e Fernando. Passamos meses planejando essa viagem. Mas mesmo assim rolaram vários imprevistos. E, no final de tudo, saímos sem saber como nada deu (muito) errado.

Comecamos por San Francisco. Alugamos um carro no aeroporto e nossa briga com o GPS começou aih, porque não tinhamoss GPS no carro (alguém, cof cof) não quis alugar um. Tinhamos um IPhone, cujo GPS funcionava soh quando queria. Conseguimos achar nosso hostel, mas naquele dia fomos dormir as cinco da manha, sendo que tínhamos que acordar as seis. Comecou ai uma jornada de sete dias dormindo uma media de uma a três horas por noite. Desafiamos o corpo humano, serio.

Foi a primeira vez que fiquei em hostel. Sempre achei muito ROOTS ficar num lugar aberto, num quarto com outras pessoas, por isso, por via das duvidas, levamos cadeado pras malas. A recepção no hostel de madrugada não foi calorosa como teria sido num hotel (na verdade o cara me recebeu com um ‘who da hell are u? ‘it’s 4h fuckin thirthy in the morning’). Superamos isso, e na manha seguinte o cara pegou um mapa de San Francisco e me desenhou um circulo gigante no mapa, mostrando que dentro daquele circulo poderíamos fazer tudo a peh andando meia hora. Esse mapa ficou comigo o tempo todo, e, de fato, fizemos tudo a peh, ou de ônibus. Se vocês forem a San Francisco, não fiquem de carro la. Soh nos causou problemas, em pagar estacionamentos caros pra deixar o carro todo dia. Porque não tem onde estacionar na rua.

Visitamos Alcatraz. Tu pega um barquinho e vai ateh a ilha e entra na prisão. E eh muito legaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal. Em vez de um guia turístico, tu coloca fones de ouvido (na linguagem que tu escolher) e esse fone vai te guiando pela prisão, e contando toda a historia. Em San Francisco também passeamos em tooodo o centro, que eh lindo. Foi la que um cara nos pediu pra assinar uma peticao a favor da maconha nos clubes (soh pra não ficar chato, a Bruna assinou. como Bruna Filangie hahahahaha). Eh tudo lindo em San Francisco, tudo. Fomos ateh a Golden Gate Bridge também, e andamos nela. Nem dava pra acreditar que a gente tava la, de tao bonito que era o lugar. Da pra entender porque eh o lugar preferido dos suicidas (just kiddin). Todo o tempo la eu pensava no documentário mais foda que já vi na vida, The Bridge (aqui tem a primeira parte, com um inicio muito tri, onde eles conseguem filmar um cara se atirando) 

Visitamos também Chinatown, que eh crazy. Soh tem chinês em San Francisco, e quando eu digo isso eu não estou exagerando. Não se ouvia inglês na rua quase. A ultima coisa que fizemos la foi andar no bondinho. E andamos pendurados do lado de fora, foi tri divertido. Mas vou te dizer que não sei como isso eh autorizado, pq a cada pouco o bonde passa colado em outro bonde, ou passa do lado de um carro, sobe ladeira, desce ladeira, serio, não sei quais são as estatísticas dos acidentes nesses bondinhos, mas que da pra morrer da. Enfim, se forem a SF não deixem de andar. Mas cuidado.

Na segunda noite dirigimos ateh Los Angeles (muito bom dirigir nas estradas daqui. Não se paga pedágio e as condições da estrada são excelentes, não eh aquela buraqueira filha da puta). Chegamos em LA de madrugada de novo. E um gurizinho hypster dono do hostel nos levou ateh nosso quarto pra gente dormir mais tipo, duas horas. A essa altura já tínhamos desistido de dormir (e de comer, pq soh dava tempo pra fazer uma refeição por dia). Sei que eu fiquei ateh meio doente quando voltei. Porque passei uma semana a hambúrguer.

Em LA fomos no Universal Studios, que eh muito tri, numa festa muito louca (que não sabemos ainda se era gay ou não) e na calcada da fama (que eh uma decepção. Vimos quatro pessoas sendo presas enquanto caminhávamos. Chegou uma hora que paramos de andar com medo de sermos assaltados. Serio, não percam muito tempo da viagem indo la). Por causa do tempo e da falta da merda de um GPS não conseguimos achar o letreiro de Hollywood (sim, eu sei, patético). Entao não temos foto disso (cogitamos a hipótese de fazer uma montagem). Cada vez que pegávamos o carro em LA eram duas horas pra chegar em algum lugar! Entao não deu pra ver tudo. Parenteses: tanto no centro de LA quanto na Calcada da Fama ouvimos a fatídica Ai se eu te pego, de Michel Telo. Perseguicao?

O mais legal de LA acabou sendo Santa Monica, que passamos uma tarde. O píer la e a vista sao lindos. E bom, eh o Pacifico neh. E tem um parque de diversões. Bem The OC.

Dai chegou o dia mais emocionante ever. Dirigimos a Las Vegas. Chegamos as três da tarde e saímos as três da manha, mas doze horas em Vegas fizeram a gente pirar. Eu nunca vi nada igual. Eh a cidade mais incrível do u-ni-ver-so. Serio, vao pra la. 


A única coisa ridícula que aconteceu em Vegas, foi em um dos cassinos, que pediram nossas identidades. Mostramos o passaporte e dissemos que eramos do Brasil. Os seguranças fizeram uma piadinha “quanto vocês pagaram por esses passaportes falsos?’ Muita vontade de responder. “Pq, o teu eh falso por acaso?’ Mas não estávamos a fim de ser expulsos então soh demos uma risadinha. Loser.


O engracado era que por toda Las Vegas tem caras te bombardeando com folhetinhos de prostitutas. Coisas do tipo, ligue e estaremos no seu hotel em 20 minutos, ou 2 pelo preco de uma, etc. Soh nao consigo entender como em todo o resto do mundo servicos de prostituicao sao ilegais, e em Las Vegas eh permitido. Tipo, a lei nao se aplica em Vegas? 

Conseguimos ir numa festa demais naquela noite. Nos vestimos e nos maquiamos dentro do carro. Não sei como, mas entramos na lista vip de uma festa no Ceasers Palace. Soh gente linda. E muitos europeus gatos. A área do fumantes tinha a vista da torre Eiffel de Vegas, pra se ter uma ideia. E o banheiro tinha perfumes, cremes e varias coisas a disposição. E uma mulher te alcançando o papel pra secar as mãos. Parece as festas que a gente vai normalmente ne.

Voltamos dirigindo (cinco horas) naquela madrugada, pra Los Angeles de novo. Serio, não sei como nada aconteceu, pq tava todo mundo muito acabado.

Depois de San Francisco, Los Angeles, Santa Monica e Las Vegas, passamos uns bons dias hibernando na volta em Pittsburg. Aqui vao umas fotos dessa viagem crazy.

















quarta-feira, 4 de abril de 2012

Uma aula sobre abstinência sexual

Todos os novos alunos internacionais precisam fazer uma disciplina obrigatoria aqui, que, basicamente, ensina varias coisas sobre a vida nos Estados Unidos. Algumas muito uteis. Uma vez aprendemos que caso um policial pare o nosso carro, nao se deve descer do veiculo em hipotese alguma. Uma internacional fez isso uma vez e os policiais apontaram armas pra ela hahahaha. Um final de semana estavamos em Kansas City dirigindo na estrada com farol baixo (porque era um carro alugado e nao sabiamos bem onde era o farol) e um policial nos parou. Lembramos da aula e ficamos la dentro. Mas enfim, outras aulas desse semester nao foram la tao uteis quanto essa.
A de hoje por exemplo, foi useless. Era sobre educacao sexual, mas os palestrantes chamaram de “Choices and staying clean”. O nome ja diz muito.
Uma palestrante falou sobre abstinencia. Ela nao mencionou abstinencia SEXUAL, mas ficou repetindo abstinencia, abstinencia, abstinencia. O que foi muito estranho, porque no Brasil sempre temos palestras sobre sexo seguro, no maximo, mas nunca, nunca, sobre se abster.
Cada aluno ganhou um chololate. A gente teve que abrir o chocolate aos poucos, cheirar o chocolate, todas essas coisas. Comecei a achar engracada essa metafora. Nao podia comer o tal do chocolate. Uns alunos pensaram fuck this shit, e comeram de uma vez. Quem aguentava sem comer ganhava mais um no final.
O objetivo do chocolate era mostrar que eh melhor que a tentacao esteja longe, porque dai eh mais facil resistir. Ela explicou que o unico jeito de estar totalmente seguro contra gravidez indesejada e doencas eh, portanto, nao fazer sexo.
Depois ela pegou um copo com agua limpa, e foi contando uma historia. Que essa agua era uma guria recem chegada na universidade, que ESCOLHEU se abster. Mas dai ela vai conhecendo o George, o Tim, o sei la mais quem, e, enquanto isso, ela ia misturando outros copos de agua colorida na agua limpinha. Pra mostrar, de novo, que nao fazer sexo eh a melhor opcao, porque a guria acabou na bad.
Achei tao bobo isso tudo. Nao faz sentido, em 2012, pedir pra adolescents e adultos nao fazerem sexo. Nao faz, ne?
Dai chegou a hora das perguntas, my favorite time. Perguntei por que incentivar abstinencia, em vez de incentival sexo seguro. O marido da palestrante, que estava junto, respondeu com uma pergunta: “Voce sabe quantos passos sao necessaries pra colocar uma camisinha?” E todo mundo ficou whaaaaaaaat. Dai devido ao silencio, porque aparentemente requeria muitos passos pra colocar, ele respondeu: “de sete a dez. E mesmo assim a camisinha nao vai ser 100% segura, soh 99%.”
Mas essa nao era a pergunta! Perguntei de novo se valia a pena ensinar abstinencia, e a palestrante contou que ela nao se absteve antes do casamento, e quando chegou a hora do lalalala ela ficou de coracao partido, porque sabia que o marido nao era o primeiro. Seriouslly?
Dai eu disse ok, que soh perguntei mesmo porque no meu pais era muito diferente, e que entao, se eu tinha entendido direito, a solucao era ficar virgem ateh o casamento. Eles disseram que sim.
Mas eles ressaltaram, e a professora tambem, no final, que cada um tem o direito de fazer suas escolhas.
Sai de la pensando que seria mais util eles terem passado uma hora ensinando os tal 10 passos pra colocar uma camisinha entao, em vez de tentar convencer os alunos a nao transarem. Nao faz mais sentido?
Enfim, escrevi porque achei o episodio hilario. Mas fora esse evento isolado, nao tenho o que reclamar das minhas outras disciplinas aqui. As de jornalismo sao fora de serie, mesmo. Eh soh de vez em quando que saem umas perolas, tipo a do Stay clean. Mas pelo menos me rende um post pro blog =P

Ah sim, pra quem acompanhou o ultimo post, meu cabelo segue roxo.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Holi Festival e como o meu cabelo virou roxo

Os alunos indianos organizaram um Holi Festival no sábado de tarde aqui. O Holi eh um festival das cores realizado na India, que significa o bem vencendo o mal.

O evento foi aqui ao redor do lago que a gente tem na universidade. Tava um dia perfeito e disseram que era pra ir de roupas velhas, porque o Holi consiste em passar horas se jogando tintas e dancando.

 Foram as horas mais divertidas que eu já tive eu acho. Todo mundo ganhava saquinhos com tinhas coloridas em poh, e podia jogar, esfregar na cara e no corpo de todo mundo. Enquanto isso tinha uma pessoa com uma mangueira e outros com baldes, molhando todo mundo também. O que fazia com que a tinta grudasse no corpo de uma forma que não tem nem explicação. 

Todo mundo pulou no laguinho da universidade também. Quem não pulava era jogado pelos indianos. Digamos que era um dia pra deixar as frescuras de lado. Porque aquele laguinho ta cheio de coco de ganso e isso eh sabido.

Eu não tenho de me sujar, verdade seja dita. E eu agitei. Fiquei roxa, que era a mistura de todas as cores do mundo eu acho. Fui com uns amigos brasileiros, mas la tinha muita gente e a gente dançou por três horas sem parar.

Minhas lentes de contato ficaram coloridas. Teve momentos em que eu não conseguia mais enxergar, e tinha que sair que nem uma ceguinha desamparada ateh um bebedouro pra limpar os olhos. Tirei as lentes quando cheguei em casa e elas continuaram roxas. Não da mais pra usar. 

Aqui tem um vídeo muito tri do festival oficial na India. O vídeo eh muito mais glamour. O nosso foi muito mais sujeira e lama, mas foi engraçado igual.

Depois do Holi, na volta pra casa todo mundo ficou me olhando. Cheguei em casa, me olhei no espelho e comecei a rir muito. Todo mundo tava dizendo que eu tava irreconhecível e que eu era a pior (de fato, eu era A PIOR), mas eu não estava preparada pra aquilo que eu vi no espelho.

Fiquei uma hora no banho e a cor da agua que saia de mim era um terror. Tive medo de secar o cabelo, porque mesmo molhado era visível que ele não estava mais loiro.

E tava roxo.

Tive que ir prum aniversario logo depois, e os guris da arabia saudita que foram também riram muito de mim, porque eles estavam no Holi também e depois do banho eles ficaram super ok. Acho que foi por causa da cor do meu cabelo. Tomei banho de novo no domingo e meu cabelo segue roxo. Tipo, roxo, vocês sabem o que eh isso? Hoje eh segunda e eu ainda to FREAKING PURPLE.

Mas foi muito divertido mesmo assim. Nunca mais esqueço essa tarde.

E chega de escrever, as fotos falam por si.