terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O restaurante universitario onde voce pode comer pizza todo dia

Maquina de sorvete. Tinha que comecar esse texto com isso, porque soh se voces conseguirem imaginar uma maquina de sorvete italiano no meio de um restaurante universitario voces vao conseguir entender o que eu estou vivenciando.

Esqueca tudo o que voce ja conheceu sobre restaurantes universitarios. E vou apresentar pra voces o Gibson Dining Hall, onde eu e grande parte dos estudantes de Pitt State comemos todos os dias. Imagine um restaurante de filme americano, aqueles em que os alunos se servem num buffet e sentam em mesas gigantes em grupinhos definidos por afinidades. Eh bem assim, soh que a variedade de comida que se tem a disposicao eh impressionante.

Tem duas partes. Uma eh algo como "sinta o gosto de comida caseira", que pra mim nao tem nada de caseira, porque eh comida americana e o tempero deles eh completamente diferente. Mas nao eh ruim, soh muito diferente. Nessa parte do buffet quase sempre tem pure de batata ou batatas nas suas mais variadas formas (nunca vi como esse povo gosta tanto de batata), macarrao com queijo, ou algum outro tipo de macarrao (tem um negocio chamado dumplings que eh um tipo de massa tambem), com frango ou com vegetais. As vezes tem bolo de carne, guisado, bife de frango (sempre empanado, eles nao sabem o que eh um simples bife na chapa aqui). E eles fazem tambem sempre alguma coisa bizarra tipo taco ou burritos.

Comecei a ter saudade do bom e velho arroz, entao comprei arroz e frango no Wal Mart, pra fazer risoto ou strogonoff de noite em casa, porque isso sim, eh gosto da comida caseira ;) Obrigada aos meus pais que me ensinaram a cozinhar!

No outro lado do Dining tem (mais) fast food, entao as vezes tem cachorro quente ou alguma coisa do genero. PIZZA TEM TODO DIA, muitas e eu amo. Soh que quando voce come pizza todo dia durante quatro semanas (meu caso) a pizza se torna o seu arroz e feijao. Entao cada vez que eu vejo pizza eu penso 'ah, ok, tem pizza, caso nada mais me agrade'. 

Pra terminar, tem a parte das sobremesas que eu aaaaaaaamo, porque tem brownies variados e cookies todos os dias tambem. E claro, a maquina de sorvete. Alem disso tem maquinas de refri, de suco e chocolate quente. E eu soh pago $5 pra entrar no Dining todos os almocos.


Um prato no Dining. O negocio estranho sao os dumplings.




Sobremesa: sorvete com Oreo


Como se isso nao fosse suficiente pra engordar uma pessoa, a universidade tem outro predio onde da pra almocar e jantar quando voce enjoar do Dining. La tem um lugar que faz hamburgueres, tem uma Subway (!) e uma Pizza Hut (!!). Pizza Hut no campus. Sem mais.

Nasci pra comida americana. Ao contrario de muitos estudantes internacionais (pessoas criadas a salada e comidas leves, que definitivamente nao vieram de uma familia onde se comia massa, polenta e galeto nos domingos, como eu vim) nao estou tendo problema algum pra me adaptar com as refeicoes aqui. Tanto eh que ja comi o Heart Attack, um hamburguer gigante com dois bifes enormes e uma "montanha de bacon", como dizia o menu.


O heart attack delicia



Como a quantidade de carboidratos, proteinas e gorduras eh grande eu estou indo pra academia regularmente. Eu malho segundas, quartas, sextas, sabados e domingos. Nas tercas e quintas faco ballet, que exige dos bracos e das pernas muito mais do que eu achava que exigiria. Tudo pra nao virar a Gwineth Paltrow em O amor eh Cego. Me pesei esses dias e estou nos 121 pounds (55 kg) e ja estou aqui na America ha um mes, entao esta tudo sob controle.

A academia eh otima, tirando o detalhe que as americanas nao sabem o que eh malhar gluteo (percebo uma falta de preocupacao total com essa parte do corpo aqui nos US hahahaha) entao nao tem muitos aparelhos pra isso. Dai tive que adaptar os treinos que eu fazia no Brasil. Comecei a correr regularmente, coisa que nao costumava fazer antes. Eles tem uma pista de corrida no andar de cima da academia, entao eh bem mais agradavel do que correr numa esteira. Correr se tornou muito bom no final das contas.

Proximos posts do blog quero dedicar a todas as coisas legais de jornalismo que estou aprendendo nas aulas aqui, alem de contar sobre como esta sendo minha experiencia como reporter em uma redacao norte americana. E em um outro texto preciso contar sobre a vida noturna de Pittsburg, que EH ALGO hahahaha.

Ah, descobri que esse blog ja teve quase mil acessos! E eu pensava que estava escrevendo pra minha familia. Com essa, acho que vou comecar a cuidar mais o que eu escrevo aqui ;)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O que as pessoas nos dizem sobre o Brasil

Vocês tem um macaco? (eu achava que era brincadeira que eles pensavam isso, até ouvir de uma pessoa esse domingo)

Eu vi imagens da selva.

Nas férias vocês vao para a praia ou para a selva? (como disse um amigo meu quando eu contei: "pra selva, sempre")

Eu sei que vocês tem comunismo no Brasil. Porque eu vi uns filmes, sobre Che Guevara, e achava que tivesse a ver com o Brasil (whaaaaaaat)

Vocês falam brasileiro?

Vocês falam espanhol?

Fica na America Central ou na America do Sul?

Buenos Aires fica no Brasil.

Vocês comemoram o Natal? Eh no mesmo dia que aqui? E tem o mesmo significado?

Eu tenho medo de ir para o Brasil (tenha)

Eu vi aquele filme Turistas, sobre trafico de orgãos.

Do Brasil? Mas voces parecem europeus!

Como assim? Você nunca foi para a Floresta Amazônica?

Vocês escutam Adele também?

No Brasil, se escuta Adele sim, mas em português (a melhor, na minha opinião)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O inicio das aulas e o emprego

Primeiramente eu gostaria de salientar que os teclados americanos nao tem acentos (ou tem, mas eu demoro horas pra achar), entao esse texto sera desprovido de qualquer acentuacao (if you have a problem with that, well, that is your problem).

Nos ultimos dias eu fiz tanta coisa que nem eu estou me acreditando. Juro pra voces, quando eu voltar pra minha vida normal, em junho, eu nunca mais vou achar nada dificil. E pensar que eu tinha achado o Toefl dificil ra ra ra coitadinha. Isso aqui eh um Toefl diario, piorado. O que faz total sentido, ja que o Toefl eh uma preparacao pra estudar em uma universidade norte americana.

O desafio todo comecou no primeiro dia de aula, quando eu tinha quatro aulas no mesmo dia. Entao tive que encontrar esses quatro novos predios no Campus (sim, pq eu nao prestei atencao na semana de orientacao, quando a gente teve tour pelo campus e me ferrei legal). Encontrei tudo no fim das contas e gostei muito das aulas, mas como eh em ingles (logicamente) nao da pra viajar nem um minuto, que nem eu fazia na UCS. Se perder uma palavrinha aqui, fodeo. E os professores te chamam pra responder toda hora. Eles nao tem piedade dos internacionais hahahaha aqui todo mundo eh aluno.

Dai que no primeiro dia eu tive a ideia de pedir emprego no jornal do Campus. E, bom, eles me contrataram hahaha Nao sei como, pq eu dei umas boas gaguejadas na entrevista que me fizeram aqui. Ou seja, tudo comecou a acontecer muito rapido.

Entao alem de ser uma estudante de sete disciplinas, sou tambem uma reporter do Collegio. Quando eu vi, estava sentada na reuniao de pauta e ja tinha uma reportagem (aqui, reportagem eh featuring, noticia eh news) com prazo pra entregar.

Nao tem como meu ingles nao melhorar com isso tudo. Acho que eh isso o que chamam de aprender na marra. Imaginem que hoje eu fiz uma entrevista ao vivo e uma por telefone (eh bem dificil ouvir em ingles, fazer teu cerebro processar a informacao e escrever bem rapido no bloquinho. E as pessoas nao tao nem ai se tu eh estrangeira. Elas falam rapido e deu).

Sinto que meu ritmo aumentou consideravelmente. Os professores de Jornalismo vao comecar a fazer quizzes sobre noticias da semana, toda a segunda, entao eu preciso ler todos os jornais possiveis agora, alem de tudo.

Escolhi disciplinas muito legais, de outras areas fora do jornalismo tambem. Quando tive reuniao com meu coordenador ele me disse uma coisa que nao esqueci ateh agora: disse que essas aulas iam fazer muito bem pra mim. que algumas pessoas costumam enxergar o mundo em preto e branco, mas que na real, existem muitos tons de cinza por ai.

Bom, ateh aulas de ballet estou fazendo. Quando na minha vida eu pensei que fosse dancar ballet de novo...

Espero que todos estejam bem. Novidades (boas, por favor) me avisem por Facebook.

Assim que der preciso escrever um post apenas sobre o que os americanos acham do Brasil. Eh extremamente engracado. Because they have no idea.

=*


sábado, 14 de janeiro de 2012

O dia em que as ruas viraram pista de patinação

Tivemos uma semana inteirinha de orientação. Durante esses dias conheci todos os outros internacionais. São cerca de 130, a maioria veio para fazer um curso intensivo de inglês; alguns, que é o meu caso, para graduação; e outros, para MBA. Foram muitos almoços e jantares pra que a gente se conhecesse. Tem gente da Finlandia, do Paraguai, muitos guris da Arabia Saudita e da India, de Taiwan, da China e da Coreia do Sul. As novas gurias da Coreia, pra mim, são as mais engraçadas, por serem extremamente timidas. Elas não conseguem falar nada sem ficar com vergonha.

Fizemos teste de tuberculose (cacete de agulha). Caso desse positivo teriamos de ficar isolados e depois de um tempo voltar pro país. Nos dias seguintes tivemos uma série de palestras com os professores daqui. A que eu mais gostei falava sobre a adaptação em um novo pais e o professor usou uma planta pra explicar o que queria dizer. Disse que aquela planta não estava feliz em um pote tão pequeno e que precisava ir para um maior. Mas para entrar nesse pote maior essa planta teve de deixar muita coisa pra trás (quase tudo, eu diria) e estar pronta pra receber muito mais terra pra se adaptar num pote bem maior. Parece bobo, mas é exatamente o que eu to sentindo. Deixar tudo pra trás não é simples assim. Principalmente porque nesse tudo tinha muitas pessoas.

Conhecemos gente muito legal da cidade nessa semana. Fomos em algumas igrejas, onde a gente provou comida de verdade americana, tipo arroz, milho, presunto, almondegas. Parece comida meio parecida com a nossa do Brasil, mas acreditem, não é. Numa dessas jantas, me perguntaram se eu era europeia. Sei que isso não foi patriota, mas fiquei com vontade de dizer que sim. A real é que as pessoas nos acham de pele muito clara (eles dizem `too light`) pra ser do Brasil.

Tivemos uma tarde livre e fomos (os brasileiros e um americano, chamado Kyle) jogar basquete numas quadras ao ar livre, porque tinha um solzinho. Mas uma hora depois já não dava mais pra aguentar o frio. Naquela noite, por acaso, eu acabei comprando um casacão pro frio, e, coincidentemente, algumas horas depois, começou a nevar! E deve ter nevado a noite inteira porque estava tudo branco quando olhei pela minha janela de manhã.

Saí de casa na maior empolgação pra ir pra faculdade, cheia de roupa, manta, bota. E comecei a rir sozinha no meio daquele branco, olhando pra todos os lados, pros telhados e os carros cobertos de neve e pensando em como tudo aquilo era bonito até que EEEEPA. Escorreguei. Andar na neve fofinha da grama é ok, mas as calçadas e as ruas ficam congeladas, tipo pista de patinação de gelo, e requer habilidade pra caminhar. Todo mundo fica escorregando o tempo todo. É ridículo.

Mas a empolgação de ver a neve continuou e tiramos muitas fotos naquele dia. Estava 12º F, o que representa mais ou menos - 10º. Nunca na minha vida vi frio assim. (Como disse a Natalia, que é de Nova Prata, 'nunca essas botas, que saíram do interior, acharam que iam ver uma neve dessas'). Mas já nos disseram que isso no es naaada. Ano passado as aulas foram canceladas por uma semana, porque os estudantes não conseguiam nem sair de casa de tanta neve.


Tô tri empolgada com as minhas aulas, que começam na terça, porque segunda é feriado de Martin Luther King. Decidi que se estou aqui pra estudar vou estudar como  nunca estudei antes (sorry, UCS). Então já estou matriculada em seis disciplinas de Jornalismo (uma de Filosofia). As cadeiras aqui são duas ou mais vezes por semana e têm muito homework, coisa que eu não tinha em Caxias. Mas estou totalmente preparada pra isso. Acho.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O tamanho dos sutiãs das americanas e tudo o que isso representa

Enquanto as atividades da faculdade não iniciam, fizemos praticamente um tour gastronômico pela cidade. Além da Pizza Hut, que já conhecemos até os atendentes, fomos também em um restaurante mexicano e no KFC, onde comemos um balde (literalmente um balde) de frango empanado, purê de batata, molho picante, pão e batata frita. Quase murri. 


Eu e Claudia na noite congelante do KFC
A comida daqui dá muita sede. Agora eu entendo o tamanho gigante dos copos. Sem falar que aqui você paga cerca de U$1 e enche o copo de refri nas máquinas quantas vezes quiser. O mais engraçado é que no país da Coca Cola, a Coca é insuportável. Desde que provei um copo no avião até o Missouri, não tomei mais. É muito mais doce e parece que você tá tomando um remédio. Eu, que era viciada em Coca Cola, estou tomando muito mais Sprite e suco, acreditem. E, ironicamente, o melhor suco de laranja daqui vem do Brasil. 


E pra quem está achando que toda essa comida vai me deixar fatty, sim, porque eu sei que vocês estão achando isso, não se preocupem. Vou começar a academia amanhã. Digamos que esse ano eu só não vou precisar tomar Whey hahahahaha.


O legal é que eu trouxe na mala uma pilha de regatas só pra ir malhar e eles não deixam usar regata na academia da universidade. Uma coreana me explicou que é considerado muito sexy, ou algo assim. 


Enfim, como podem perceber, o que não se passa aqui é fome e sede. Frio sim. Começou a fazer muito frio aqui há uns dois dias. E dizem que isso não é nada comparado ao frio que vai fazer. Eu achei que ia tirar de letra a temperatura baixa, por ser de Caxias, mas a realidade é que o frio é diferente aqui. O vento é muito, muito gelado. E como essa cidade é um descampado total, não tem morro algum, tem muito vento. Tive até de comprar uma luva de couro, porque, principalmente andando de bici, as mãos congelavam por causa desse vento. 


Sábado, o brasileiro que vai dividir a casa comigo, o Rafael, chegou. Fomos no Wal Mart, o maior mercado daqui, comprar coisas pra casa. Dá pra passar horas no Wal Mart só olhando a quantidade de marcas disponíveis e o tamanho grande das coisas. Eles vendem de tudo, de tudo mesmo no Wal Mart. Tem até um setor que vende espingardas e munição (!). No setor de roupa, chama a atenção o tamanho dos sutiãs. Sério, dá quase pra colocar bolas de basquete dentro deles. Segundo um amigo brasileiro, não é porque as mulheres aqui são peitudas, mas porque são gordinhas mesmo. Bom, pra vocês terem uma ideia, tem muita gente que entra no Wal Mart e senta em um carrinho elétrico e faz as compras sentado. 


'Oh, my God, um esquilo!'
Tô gostando muito dessa experiência de cuidar de uma casa. Coisa que não fazia em Caxias. Estou sempre organizando tudo (tal qual minha mãe me ensinou) e apagando as luzes do corredor (tal qual meu pai me ensinou). Sinistro sair de casa, viajar meio mundo e descobrir que você é igual aos seus pais. 


Ah! Falando na casa. Pela janela dá pra ver um esquilo. Esquilo, gente. E pela cidade tem esquilos em quase todas as árvores. Dizem que no começo é assim 'oh, my God, um esquilo!', depois de uns dias já vira 'ah, ok,
mais um esquilo' hahahahaha Por enquanto, 
estou amando eles. 


Nossos dias livres terminaram. Nessa semana teremos orientação todos os dias. Mais para o final da semana então, eu escrevo pra contar a experiência de conhecer os outros intercambistas. 







sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Três dias que pareceram três meses

Foram 33 horas de viagem. 33 horas, cara. Levando em consideração que viajamos tanto tempo, muito pouca coisa deu errado. O voo noturno de SP a Atlanta foi o mais legal. Quando você não consegue dormir no voo, você se diverte muito mais. Tem uma infinidade de filmes, desde os lançamentos que ainda nem chegaram no cinema, até clássicos como Casablanca, pra assistir com fones. Tinha também muita música (imagina, até álbum do Death Cab dava pra ouvir), então eu fiz uma playlist gigante. Ao mesmo tempo dava pra acompanhar o voo em um mapa na tela e saber quais cidades a gente estava sobrevoando. Curti muito.

Chegando em Atlanta de manhã, perdemos o maior tempão na fila da imigração. E perdemos também o voo para Dallas. Foi uma grande confusão nessa hora, porque eu e a Natalia (uma menina de Nova Prata que está viajando comigo) decidimos pegar as malas do Fabio (o namorado dela, que está com a gente também) para agilizar enquanto ele ainda não tinha passado pela imigração. Por causa disso, recebemos vários xingamentos de uma policial braba que ficava repetindo bem alto YOU ARE NOT SUPPOSED TO TAKE ANYBODYS LUGGAGE. Digamos que o filminho que a gente assistiu no aeroporto, que mostrava o que a gente ia passar na imigração, com policiais sorridentes e calmos, não corresponde a realidade. Fomos colocados em outro voo depois disso e ok. Em Dallas a American Aerlines nos cobrou uma taxa absurda só por a gente estar viajando com malas (oi?).

Com o último voo chegamos a Joplin, no Missouri. Nós chegamos, as malas não. NICE JOB, American Aerlines, NICE JOB. Mas tudo bem, quando você pisa nos Estados Unidos depois de sonhar anos com isso, você não se importa muito com a bagagem perdida. Um motorista da universidade nos trouxe junto com uma finlandesa até Pittsburg, no Kansas. A paisagem do caminho foi surreal. É tudo muito, muito diferente.

A cidade é assim também. As casinhas são todas muito parecidas: pequenas, de madeira e algumas têm uma cerquinha também de madeira na frente, mas só por enfeite, nada por segurança. Todo mundo aqui costuma deixar as portas destrancadas e as bicicletas nos pátios, que nada acontece. Sair de noite na rua aqui não dá medo, como dá em Caxias ou em Porto Alegre. Uma cidade de 40 mil habitantes tem lá suas vantagens.

Enfim. Quando chegamos na casa onde eu vou morar (um lugar adorável com um carpete grosso, uma cadeira de balanço na sala e um balanço na varanda) tinha muitos intercambistas aqui. Gurias coreanas, uma russa, um americano e muitos brasileiros. O legal é que mesmo com brasileiros todo mundo só fala em inglês. O tempo todo. Naquela noite as nossas malas chegaram.

No dia seguinte, descobrimos que as ruas de Pittsburg são tão planas que todos os estudantes aqui andam de bici. Tem um cara muito legal chamado Don que aluga bicicletas por U$ 30 pelo semestre ou pelo ano todo. Quando você devolve a bici, ele devolve o dinheiro. Visitamos Don nessa sexta e passamos duas horas escolhendo bicis (eu, Natalia, Fabio, e mais três brasileiros: Fernando, Cláudia e Rodrigo). Foi muito divertido. Com essa distração perdemos o prazo para ir no escritório internacional onde tínhamos de fazer nossas carteirinhas de estudantes. Mas o que a gente pode fazer se está aproveitando todas as oportunidades que a cidade oferece? hahahaha Agora temos bici pra conhecer a cidade!

Fabio, Natalia, Fernando e eu com as novas bicis no Campus
Esse Don nos deixou levar tudo o que a gente quisesse de um porão dele. Eram eletrodomésticos e utensílios de cozinha, que ele doa pros alunos internacionais que vão ficar em casas. Escolhi uma panela e uma frigideira, que a casa não tinha, e canecas muito americanas, com a bandeira dos Estados Unidos.

Por enquanto, o que fizemos foi isso. O melhor de tudo está sendo falar inglês a toda hora. Vou te dizer, dois dias aqui valem mais do que um curso de inglês.

Ah, sim! Aqui são quatro horas mais cedo do que no Brasil. Mas eu tenho lido tudo o que todos têm me escrito no Facebook =)